quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mais uma Visita Solidária


Em solidariedade a comunidade indígena Tupinambá da Serra do Padeiro, representantes de entidades, religiosas/os de Itabuna e Ilhéus, mais uma vez foram prestar apoio à luta desta comunidade. Desde o dia 10 de março de 2010, após a prisão do cacique Babau, vem sofrendo fortes ameaças, inclusive a prisão de mais dois integrantes da comunidade, um irmão e uma irmã do cacique e outros que está sendo perseguido para serem presos.
É com muita indignação que estamos acompanhando e prestando solidariedade a situação dos povos indígenas. Vários tipos de violência têm sido praticados contra os indígenas e violação dos direitos humanos. Foi relado pelas pessoas da comunidade que sofrem muita discriminação na cidade, estão sendo perseguidos pela população, a mando de algumas pessoas, não conseguem mais vender seus produtos na feira, é boicotado, o comércio não vende produtos para eles e os que vendem são perseguidos com ameaças. Os indígenas são os maiores produtores de mandioca no município de Buerarema, mas não estão conseguindo nem fazer a farinha, pois, a policia federal chega a qualquer hora na comunidade para prendê-los. Eles têm que deixar tudo e fugir para a mata e muitas vezes a farinha queimou. Pois, a policia chega atirando, eles correm e vê as balas tirando casca das árvores e zunindo em seus ouvidos.
Outra violação dos direitos é não poderem registrar os filhos, muitas criança não são registradas, pois quando chegam ao fórum e dizem que são da comunidade não são atendidas, mesma coisa é em relação a saúde, mulheres grávidas não conseguem fazer o acompanhamento do pré-natal, nem outros atendimentos.
Várias ações de um grupo de arruaceiros vêm fazendo ações na região e incriminando a comunidade indígena. Mesmo a mídia vem criminalizando a luta da comunidade indígena, jogando a população da região contra os índios.
Toda a nossa solidariedade à comunidade indígena da Serra do Padeiro, em especial às lutadoras mulheres indígenas que têm se mantido firme na resistência e na linha de frente de desta luta! Em especial dona Maria, apesar de ter três filhos presos continua com muita fé e coragem.
Ir. Marisa Ribeiro do Amaral

terça-feira, 29 de junho de 2010

Romaria da Terra e das Águas

O Bom Jesus nos convida e acolhe para mais uma Romaria da Terra e das Águas, e nós vamos a Ele em romaria, no dia 02 a 04 de julho de 2010, completando sua 33ª edição, a Romaria da Terra e das Águas acontece esse ano em Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Sob o tema “Terra mãe, para onde vamos?”. Andar juntos ao encontro do Bom Jesus é sempre uma festa que anima nosso viver e nosso lutar. Somos Peregrinos que, caminhando numa estrada longa e quase sempre em subida, precisamos de uma parada debaixo de uma sombra generosa para nos refazer e buscar forcas. Lá vamos nós, então, para expormos nossas dificuldades, buscarmos forças e partilharmos nossas experiências na luta por terra e água. Nestes últimos anos todos percebemos que os nossos direitos são os mesmos da mãe terra. Portanto, celebrando a 33ª Romaria, assentaremos mais um tijolo na construção do Reino da solidariedade e da justiça.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano levantou um forte clamor e apelo para promover uma economia a serviço da vida fundamentada no ideal da paz, a partir do esforço conjunto, entre todas as pessoas e suas organizações, para contribuirmos na construção do bem comum e jamais nos conformar com uma sociedade cheia de exclusões. Não se pode servir a Deus e ao dinheiro!
Hoje tudo e todos são transformados em mercadoria, numa ganância ilimitada. As pessoas são classificadas, ora pela força de produção (mão–de-obra) que podem oferecer, ora pela capacidade de consumir. Influenciados principalmente pelos meios de comunicação, corremos o risco de nos desumanizar, destruir o planeta que é a casa que Deus nos deu e de colocar cada vez mais pessoas – sobretudo as gerações mais novas -emestado de desânimo e desespero.
Esta realidade desafiadora nos interpela a unirmos e lutar contra toda acumulação de riqueza, para que tenha justiça social, consciência ambiental e empenho na superação da miséria, considerando a dignidade da pessoa e o respeito aos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais.
Jamais poderemos aceitar que nosso planeta Terra e nossas vidas sejam reduzidas a um papel amassado jogado no lixo!
Sejam, todos e todas, bem vindos e bem vindas ao Senhor Bom Jesus da Lapa e do Evangelho, que nos espera de braços abertos! Será diante dele que gritaremos mais uma vez nossas preocupações, esperanças e compromissos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mensagem de Dom Pedro Casaldáliga pelos 35 anos da CPT


"A CPT tem sido, é e será, prosseguindo uma presença e uma ação proféticas da Igreja de Jesus, nas lutas do campo". Esse jubileu de 35 anos da nossa CPT é para agradecer, para fazer memória, para reassumir cada dia os desafios e as esperanças do povo da terra que a CPT de algum modo acompanha.

Agradecer ao Deus da Terra que temos ido descobrindo na caminhada. A CPT tem sido, é e será, prosseguindo uma presença e uma ação proféticas da Igreja de Jesus, nas lutas do campo. Com as falhas da nossa limitação, tem sido bem maior a generosidade, a coragem, a doação total de tantos irmãos e irmãs que têm dado vida à CPT doando até a própria vida. Neste Jubileu a memória dos nossos mártires nos alenta e nos garante o selo de identidade de uma pastoral a serviço dos pobres da terra. Celebrando o Jubileu dos 35 anos queremos renovar nossa doação pessoal e comunitária, autocrítica e atualizada sempre, ecumênica e solidária em companhia do movimento popular e de todas as pastorais pé no chão.

Contaremos sempre mais com o Deus da Vida, da Terra, da Água, com todo o povo irmão, na procura da Terra Sem Males, já aqui na terra das lutas e da esperança.

Dom Pedro Casaldáliga

18 de junho de 2010.

Fonte: http://cptnacional.org.br/index.php/noticias

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra

A Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra é uma ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira para incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite às propriedades rurais em 35 módulos fiscais. Participe e vote!
Fonte: www.limitedaterra.org.br

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dom Orlando celebra 80 anos

Com uma missa de ação de graças celebrada nesta manhã desta segunda-feira, 21/06, sacerdotes das 28 paróquias da Diocese de Vacaria estão reunidos no Centro de Formação em comemoração aos 80 anos de vida do bispo emérito dom Orlando Dotti. A celebração é um reconhecimento pelo intenso trabalho de evangelização desenvolvido por dom Orlando em sua trajetória. O provincial dos freis capuchinhos do Rio Grande do Sul Frei Álvaro Morés diz que a palavra e o exemplo do bispo emérito são muito significativos para a toda a Igreja.

Dom Orlando Dotti nasceu em Antônio Prado (RS) aos 22 de junho de 1930. Foi ordenado sacerdote em 1956 e bispo em 1969. Foi provincial dos capuchinhos e, como bispo, atuou nas dioceses de Caçador (SC), Barra (BA) e Vacaria. Foi presidente da Comissão Pastoral da Terra (1973-77). É bispo emérito desde 2003. Nesta terça-feira, 22/06, dom Orlando Dotti estará recebendo o título de cidadão honorário de Vacaria, a homenagem será a partir das 19h30min no plenário da câmara de vereadores.

Fonte: www.fatima.am.br

Conflitos no Campo Brasil 2009



A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2009. É a 25ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas e ações de trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Fonte: http://www.limitedaterra.org.br/videos.php?id=5

domingo, 20 de junho de 2010

ECOLOGIA SOCIAL: POBREZA E MISÉRIA

Hoje se fala das muitas crises sob as quais padecemos: crise econômica, crise energética, crise social, crise educacional, crise moral, crise ecológica, crise espiritual etc. Se olharmos bem, verificamos que, na verdade, todas as crise se encontram numa fundamental: a crise do tipo de sociedade que criamos a partir dos últimos 400 anos. Esta crise é global, porque este tipo de sociedade se difundiu ou foi imposta praticamente no globo inteiro.
Qual é o primeiro sinal visível que caracteriza este tipo de sociedade? É que ela produz sempre pobreza e miséria de um lado e riqueza e acumulação do outro. Este fenômeno se nota ao nível mundial. Aí há poucos paises ricos e muitos paises pobres. Nota-se principalmente ao nível das nações: poucos estratos beneficiados com grande abundância de bens de vida (comida, meios de saúde, de moradia, de formação, de lazer) e grandes maiorias carentes do que é essencial e decente para a vida. Mesmo nos paises chamados industrializados do hemisfério norte, notamos bolsões de pobreza (terceiromundialização no primeiro mundo), como existe também setores opulentos no terceiro mundo (uma primeiromundialização do terceiro mundo), no meio de miséria generalizada.

Por que é assim? As críticas vão denunciar o porquê.

l. Três críticas ao modelo de sociedade atual
Há três linhas de crítica ao modelo de sociedade atual. Gostaríamos de enunciá-las, rapidamente.
A primeira é feita pelos movimentos de libertação dos oprimidos. Ela diz: o núcleo desta sociedade não está construído sobre a vida, o bem comum de todos, a participação e a solidariedade entre os humanos. O eixo estruturador está na economia. Ela é um conjunto de poderes e instrumentos de criação de riqueza - e aqui vem a característica básica - mediante a depredação da natureza e a exploração do seres humanos. A economia é a economia do crescimento ilimitado, no tempo mais rápido possível, com o mínimo de investimento e a máxima rentabilidade. Quem conseguir se manter nesta dinâmica e obedece a esta lógica, acumulará e será rico. Mas tudo isso à custa de um permanente processo de exploração.

Portanto, a economia se orienta por um ideal de desenvolvimento que se coloca entre dois infinitos: o dos recursos naturais pressupostamente ilimitados e do futuro indefinidamente aberto para frente.

Para este tipo de economia do crescimento a natureza é degradada a um simples conjunto de "recursos naturais", ou à matéria prima em disponibilidade dos interesses humanos. Os trabalhadores são considerados como "recursos humanos" ou pior ainda "material humano", em função de uma meta de produção. Como se depreende, a visão é instrumental e mecanicista: pessoas, animais, plantas, minerais, enfim, todos os seres perdem sua autonomia relativa e seu valor intrínseco. São reduzidos a meros meios para um fim fixado subjetivamente pelo ser humano que se considera o centro e o rei do universo, este quer enriquecer e acumular bens para si.

Qual a crítica principal que se faz a esta linha? É constatar que esse modelo não consegue criar riqueza sem ao mesmo tempo gerar pobreza; não é capaz de gestar desenvolvimento econômico sem simultaneamente produzir exploração social local e internacional. E ainda não é democrático, porque monta um sistema político de controle e de domínio. Ou cria democracias de elite (as nossas democracias liberais, representativas) ou democraturas (democracias sob a tutela militar). Mas nunca se instaura uma democracia que respeita a palavra democracia, quer dizer, a forma de organização social assentada sobre as maiorias, forma que se articula ao redor do bem estar da maioria mediante a participação que cria mais e mais níveis de igualdade e o sentimento de solidariedade com o respeito das diferenças que são vistas como complementares. Desta crítica nasceram os movimentos dos oprimidos por sua libertação que vão desde a luta dos sem terra, sem teto até os sindicatos bem organizados e combativos. Destarte, nasceu uma cultura da cidadania, da democracia, da participação, da solidariedade e da libertação. Aqui lança suas raízes a teologia da libertação, a primeira síntese teológica nascida no terceiro mundo (América Latina), com repercussões em todas as Igrejas e nos centros metropolitanos de pensamento.

Postula-se um desenvolvimento que atenda as demandas de todos e não apenas dos mais fortes.

A segunda linha crítica vem dos grupos pacificistas e da não-violência ativa. Estes grupos notam que o tipo de sociedade de desenvolvimento desigual produz muita violência. Violência social e injustiça societária, por causa da própria desigualdade, violência a nível nacional e internacional. Esta violência é conseqüência direta da dominação de paises que detém poder tecno-científico sobre os outros mais atrasados. O conflito generalizado tem mil rostos, dos quais os mais conhecidos são os conflitos de classe, de etnias, de gênero e de religiões. O modelo vigente de sociedade não favorece a solidariedade, mas a concorrência, não o diálogo e o consenso, mas a luta de todos contra todos. Por isso, as potencialidades humanas de sensibilidade pelo outro, de ternura pela vida, de colaboração desinteressada são secundarizadas para dar lugar aos sentimentos menores da exclusão e da vantagem pessoal ou classista. Para manter a coesão mínima de uma sociedade desestabilizada internamente se fazem necessários corpos militares para controle e repressão. Ao nível mundial dos blocos (seja antes socialistas e liberais e agora ricos e pobres, sul e norte) se cria o complexo militar-industrial que incentiva a corrida armamentística e a militarização de toda a existência. Dados recentes apontavam que 2/3 da inteligentzia mundial trabalha em projetos militares. Mesmo depois do fim da guerra fria, se aplicam na indústria da morte cerca de l-3 trilhões de dólares ao ano; para a preservação do planeta terra, sequer l30 bilhões de dólares.

Assim, surgiram movimentos pela paz e pela não-violência ativa. Postula-se um modelo social que chegue à justiça mediante a democracia social. A violência militar e a guerra atômica, química e bacteriológica constituem formas específicas de agressão global, capazes de produzir o ecocídio, biocíodio e geocídio de vastas regiões do planeta.

O terceiro grupo de crítica, nos interessa diretamente: são os movimentos ecológicos. Eles constatam que o tipo de sociedade e de desenvolvimento que ela se propõe, não produz riqueza sem ao mesmo tempo gerar degradação ambiental . O que o sistema industrialista mais produz é lixo, rejeitos tóxicos, escórias radioativas, contaminação atmosférica, chuvas ácidas, diminuição do ozônio, envenenamento da terra, das águas e do ar, numa palavra, deteriorização da qualidade de vida. A fome da população, as doenças, a falta de habitação, de educação e lazer, a ruptura dos laços familiares e sociais são agressões ecológicas contra o ser mais complexo da criação que é o ser humano, especialmente, o mais indefeso que é o pobre e marginalizado.

Estas preocupações estão originando uma cultura ecológica, quer dizer, a consciência coletiva da responsabilidade dos seres humanos pela sobrevivência do planeta, das espécies animais e vegetais, responsabilidade na superação da miséria e da pobreza social no mundo, pelas relações que devem permitir vida para todos e um bem estar dos seres humanos e de todos os seres da natureza.

Importa hoje articular todas estas frentes críticas ao sistema imperante. Urge secundar o surgimento de um paradigma novo de sociedade, que não repita os equívocos e erros do velho e integre mais humanamente os seres na sociedade. E estabeleça relações mais benevolentes para com o meio-ambiente.

2. Somos parte de um imenso equilíbrio: ecologia social
Queremos agora aprofundar a terceira corrente, a ecológica, na sua dimensão social. O grande desafio vem da pobreza e da miséria. Esses são nosso principais problemas ecológicos e não o mico-leão dourado, o urso panda da China e as baleias do Atlântico Norte.

Digamos logo de saída: pobreza e miséria são questões sociais e não naturais e fatais. Elas são produzidas pela forma como se organiza a sociedade. Hoje, temos consciência de que o social é parte do ecológico no seu sentido amplo e verdadeiro. Ecologia tem a ver com as relações de tudo com tudo em todas as dimensões. Tudo está interligado. Não há compartimentos fechados, o ambiental de um lado, o social de outro etc. A ecologia social pretende estudar as conexões que as sociedades estabelecem entre seus membros e as instituições, e todos eles para com a natureza envolvente.

Antes de mais nada cumpre enfatizar:

- Não basta, em ecologia, o conservacionismo: conservar as espécies em extinção, como se a ecologia se restringisse somente a um setor da natureza, aquele biótico ameaçado. Hoje todo o planeta deve ser conservado, porque todo ele está ameaçado.

-Não basta o preservacionismo: preservar, por reservas ou parques naturais, regiões onde se conserva o equilíbrio ambiental. Isso propicia apenas o turismo ecológico e induziria a um comportamento reducionista; somente nestas reservas o ser humano teria um comportamento de respeito e veneração, em outros lugares obedeceria a lógica da devastação.

-Não basta o ambientalismo, como se a ecologia tivesse apenas a ver com ambiente natural, com o verde, as águas e o ar. Esta perspectiva pode ser até anti-humanista, segundo a qual, o ambiente é melhor sem o homem/mulher. Estes seriam antes o satã da terra do que o anjo bom e protetor. Diz-se: onde o ser humano anuncia sua presença revela agressão e apropriação egoísta dos bens da terra. Essa visão ambientalista é encontradiça em muitos no hemisfério norte. Depois de haverem dominado política e economicamente o mundo, o querem, purificado, somente para si. A realidade é que o ser humano faz parte do meio-ambiente. Ele é um ser da natureza com capacidade de modificar a natureza e a si mesmo e assim fazer cultura; ele pode agir com a natureza expandindo-a, bem como contra a natureza agredindo-a. Devemos estar atentos a um ambientalismo político que esconde por detrás de seus projetos, uma atitude de permanente violação ecológica. Este ambientalismo político quer uma harmonia entre sociedade e ambiente. Mas esta harmonia visa desenvolver técnicas para saquear o ambiente natural com a menor alteração possível do habitat humano. Perdura nesta visão a idéia de saquear a terra,de que o ser humano deve dominar a natureza; então mais que uma harmonia permanente, se quer, na verdade,uma trégua, para a natureza se refazer das chagas, para em seguida continuar a ser devastada. O que importa, hoje, é ultrapassar o paradigma da modernidade, devastador e energívoro e desenvolver uma nova aliança ser humano-natureza, aliança que os faz a ambos aliados no equilíbrio, na conservação,no desenvolvimento e na garantia de um destino e futuro comum.

- Não basta a ecologia humana que se ocupa com as ações e reações do ser humano universal, relacionado com o meio-ambiente. Ela é importante,porque trabalha as categorias mentais (ecologia mental) que faz com que o ser humano singular seja mais ou menos benevolente ou mais ou menos agressivo. Mas é ainda uma visão idealista, pois o ser humano não vive no geral mas nas malhas de relações sociais. As próprias predisposições mentais e psíquicas possuem uma característica eminentemente social. Por isso precisamos de uma adequada ecologia social que saiba articular a justiça social com a justiça ecológica. É dentro da ecologia social que os temas da pobreza e da miséria devem ser discutidos. Pobreza e miséria são questões eco-sociais, que devem encontrar uma solução eco-social.

a) Que é a ecologia social
Há já reflexões maduras sobre a ecologia social. A começar pela contribuição da enciclopédia francesa de ecologia de Charboneau Rhodes, das obras de antropologia social de Edgar Morin. Importante é o aporte canadense de M. Bookchin e do noruegues A. Naess. Mas ganhou força na A.Latina, particularmente depois da Iª Conferëncia Internacional sobre meio ambiente, organizada pelas Nações Unidas em 1972, em Estocolmo. Ai se confrontaram as duas visões básicas, dos paises do Norte, preferentemente ambientalista e dos paises do Sul, preferentemente político-social. Aí surgiu uma vertente forte latino-americana de ecologia social, no Peru com Carlos Herz e Eduardo Contreras, e no Uruguai que encontrou em Eduardo Gudynas, um de seus melhores formuladores.

Ele define assim a ecologia social: "é o estudo dos sistemas humanos em interação com seus sistemas ambientais" (Ecología social: la ruta latinoamericana, CIPFE 1990). Os sistemas humanos abarcam os seres humanos individuais, as sociedades e sistemas sociais. Os sistemas ambientais comportam componentes naturais (selvas, desertos, cerrados), civilizacionais (cidades, fábricas) e humanos (homens, mulheres, crianças, etnias, classes etc).

b) Quais as principais questões da ecologia social

Segundo os referidos autores, os postulados básicos ecologia social são os seguintes:

l. O ser humano sempre interage intensamente com o ambiente. Nem o ser humano nem o ambiente podem ser estudados separadamente. Há aspectos que somente se compreendem a partir desta interação mútua, particularmente as florestas secundárias, toda a gama de sementes (milho, trigo, arroz, etc.) e de frutas que são resultado de milhares de anos de trabalho sobre sua genética.

2. Esta interação é dinâmica e se realiza no tempo. A história dos seres humanos é inseparável da história de seu ambiente e de como eles interagem.

3. Cada sistema humano cria seu adequado ambiente. É diferente e possui simbolizações singulares, por exemplo, o ambiente próprio habitado pelos yanomamis, pelos seringueiros ou pelos latifundiários, pelos europeus ou pelos indianos.

4. A ecologia social se interessa por tais questões como: Através de que instrumentos os seres humanos agem sobre a natureza: com tecnologia intensiva, como por exemplo com agrotóxicos ou com adubos orgânicos? De que forma os seres humanos se apropriam dos recursos naturais, de forma solidária, participativa ou elitista,com tecnologias não socializadas? Como são eles distribuídos, de forma eqüitativa, consoante o trabalho de cada um, atendendo as necessidades básicas de todos ou de forma elitistas e excludente? Uma distribuição desigual afeta de que maneira os grupos humanos? Que tipo de discurso usa o poder para justificar a concentração em poucas mãos, por isso, sua relação de desigualdade que tende à dominação? Como reagem os movimentos sociais no confronto com o estado e com o capital, para melhorar a qualidade de vida no trabalho, na cidade e no campo?

Pertence à discussão da ecologia social,a miséria e a pobreza das populações periféricas, a concentração de terras no campo e na cidade, as técnicas agrícolas e agropecuárias, o crescimento populacional e o processo de inchamento das cidades, o comércio internacional de alimentos e o controle de patentes, a produção do buraco de ozônio, o efeito estufa, a dizimação das florestas tropicais e a ameaça à floresta boreal, o envenenamento das águas, dos solos, da atmosfera etc.

c) Uma ecologia integral
Para uma perspectiva integral,a sociedade e a cultura pertencem também ao complexo ecológico. Ecologia é a relação que todos os seres,vivos e não vivos,naturais e culturais têm entre si e com o seu meio-ambiente. Nesta perspectiva também as questões econômicas, políticas, sociais, educacionais, urbanísticas, agrícolas entram no campo de consideração da ecologia,como ecologia social. A questão de base em ecologia é sempre esta: em que medida,esta ou aquela ciência,atividade social, prática institucional ou pessoal ajuda a manter ou a quebrar o equilíbrio de todas as coisas entre si, a preservar ou destruir as condições de evolução/desenvolvimento dos seres? Nós somos parte,com tudo o que somos por natureza e fizemos por cultura, de um imenso equilíbrio,do ecossistema. Diz um dos bons ecólogos sociais na América Latina Ingemar Edström,um sueco que vive há anos na Costa Rica:

"A ecologia chegou a ser uma crítica e até uma denúncia do funcionamento das sociedades modernas. Entre as coisas que se tem denunciado temos a superexploração do hemisfério sul,quer dizer, o chamado terceiro mundo,por parte dos paises comparativamente ricos do norte,do chamado primeiro mundo. Neste sentido,tomar consciência sobre a problemática ecológica global deve significar adquirir consciência da situação socio-econômica,política e cultural de nossas sociedades,o que implica conhecer a situação de exploração dos paises do sul pelos industrializados do norte" (Somos parte de un gran equilibro,DEI,Costa Rica l985,12).

3. O atual sistema social é anti-ecológico e gerador de miséria
Dentro dos parâmetros da ecologia social devemos denunciar que o sistema social dentro do qual vivemos - a ordem do capital,hoje mundialmente integrado - é profundamente anti-ecológico.

Em todas as fases ele se baseou e se baseia na exploração das pessoas e da natureza. No afã de produzir desenvolvimento material ilimitado,ele cria desigualdades entre o capital e o trabalho. Disso se segue exploração dos trabalhadores com toda a sequela de deteriorização da qualidade de vida.

Entre nós ele se implantou a partir da Conquista no século XVI com grande virulência pelo genocídio,impondo aos que aqui viviam uma forma de trabalhar e de se relacionar com a natureza que implicava o ecocídio,vale dizer,a devastação de nossos ecosistemas. Nós fomos incorporados a uma totalidade maior que é a economia capitalista. Nosso sistema capitalisa é de economia de exportação dependente.

Implantou-se aqui a apropriação privada da terra,de suas riquezas e das águas que são fonte de riqueza. Esta apropriação se operou de forma profundamente desigual e irracional. Uma minoria possui as melhores terras,muitas vezes,não cultivadas. As terras mais pobres foram deixadas para as maiorias que para sobreviver tem que superexplorá-las e esgotar o solo,terminando por desflorestar as matas e quebrando o equilíbrio natural. Os negros antes escravizados,com a libertação jurídica,não foram compensados em nada. Da casa grande foram jogados diretamente nas favelas. Tiveram que ocupar os morros,desmatar,abrir valas para o saneamento ao ar livre e assim viver sob ameaças de muitas doenças,de desabamentos e de mortes. Todas estas manifestações significam outras agressões ao meio provocadas socialmente.

Hoje a Conquista continua especialmente através da dívida externa que comporta,em seu bojo,uma forte agressão às relações sociais,uma devastação social dos pobres e a contaminação da biosfera pela tecnologia suja que nos é imposta.

Mais e mais fica claro que a dívida externa tem fundamentalmente um significado político. Economicamente os bancos já se asseguraram e se protegeram contra o não-pagamento dela. Mesmo assim é mantida por sua importância política como instrumento de controle e aumento da dependência a partir dos centros de poder nos paises do Norte. Pela dívida o sistema continua se impondo a si mesmo,sua lógica e sua perpetuação. Ele estimula um desenvolvimento que privilegia os mega-projetos e as mono-culturas (soja no Brasil,gado na A.Central, frutas no Chile): ele fornece créditos para implementar tais projetos com financiamentos do Banco Mundial e do FMI; com isso se cria o endividamento; o pagamento da dívida e de seus juros se faz pela exportação; mas pela exportação,cujos preços são aviltados no mercado mundial, não se consegue honrar toda a dívida; então se reduzem os investimentos sociais para com a sobra compensar parte da dívida; esta estratégia produz uma devastação social em termos das políticas publicas concernentes a alimentação,saúde,criação de empregos e organização das cidades; junto com esta taxa de perversidade social caminha o déficit ambiental, pois os pobres ocupam áreas perigosas nas cidades,se lançam na fronteira agrícola, destruindo, no esforço de sobreviver, florestas,produzindo queimadas,poluindo os rios pelos garimpos ou por pesca e caça predatórias; por causa da insolvência dos paises devedores, fazem-se novos empréstimos para pagar os juros,com novos juros aumentados como condição para financiamento de novos projetos ; e assim recomeça a ciranda da dependência,do neo-colonialismo e da dominação.

Cancelar a dívida não resolveria a questão. Enquanto permanecer o modelo de desenvolvimento imperante, saqueador dos homens e da natureza, voltado para fora,produzindo o que os ricos querem que produzamos para eles consumirem, e não atendendo o mercado interno,o círculo vicioso retornaria com as mesmas conseqüências perversas.

O economista americano Kennet E.Baoulding chama a economia capitalista de economia de cowboy: baseia-se na abundância aparentemente ilimitada de recursos e de espaços livres para invadir e se estabelecer. É o antropocentrismo desbragado.

A outra economia,para a qual devemos caminhar, a chama , de economia da nave espacial terra. Nesta nave,como em qualquer avião, a sobrevivência dos passageiros depende do equilíbrio entre a capacidade de carga do aparelho e as necessidades dos passageiros. Disso resulta que o ser humano deve se acostumar à solidariedade,como virtude fundamental, encontrar o seu lugar no sistema ecológico equilibrado,no sentido de poder produzir e reproduzir a sua vida a vida dos demais seres vivos e ajudar a preservar o equilíbrio natural. A terra,portanto, é um sistema fechado,equilibrado e não aberto que permita qualquer tipo de aventura anti-ecológica.

Das reflexões feitas até aqui se depreende a inter-relação existente entre sociedade e meio-ambiente,como um influencia positiva ou negativamente o outro.

A proposta de Chico Mendes se tornou paradigmática. Propunha o desenvolvimento extrativista que combinava o social com o ambiental. Ele compreendeu que os povos da floresta (questão social) precisam da floresta para sobreviver (questão ambiental). Ele se deu conta também dos dois tipos de violência,violência ecológica contra o meio-ambiente e violência social,violência contra os indígenas e seringueiros. Ambas obedecem a mesma lógica,lógica de acumulação via dominação de pessoas e coisas.

Como se fará então o desenvolvimento e como se montará a sociedade dos povos da floresta que rompa com esta lógica? Em primeiro lugar há de se respeitar,apoiar e reforçar todo o conhecimento que aqueles povos da floresta (indígenas e seringueiros) desenvolveram com milênios de história,seu conhecimento da natureza,das árvores,das ervas,do solo,dos ventos,do ruído da selva. E ao mesmo tempo,incorporar tecnologias novas que tragam mais benefícios sociais com a salvaguarda do equilíbrio natural e social.

4. Uma ética sócio-ambiental
É neste contexto que emerge uma nova exigência,de uma ética que não apenas se restrinja aos comportamentos dos seres humanos entre si,mas em sua relação para com o meio-ambiente (ar,terra,agua,animais,florestas etc).

Devemos de saída, ir além uma compreensão da ética ambiental,recorrente nos paises ricos do Norte. Segundo esta ética devemos superar nosso antropocentrismo,limitar a violência contra a natureza presente no paradigma de desenvolvimento ilimitado,acolher a alteridade dos demais seres da criação,desenvolver reverência face à totalidade da natureza. Desta ética emerge, certamente, uma nova benevolência e até a recuperação de um encantamento perdido pelo processo de tecnificação e secularização. Há valores inestimáveis nesta ética ambiental.

Mas ela omite em sua reflexão um elo fundamental: o contexto social,com suas contradições. Não há apenas o meio-ambiente. Nele estão os seres humanos socializados na forma de morar,de trabalhar,de distribuir os bens,de agir e reagir com referencia a este meio-ambiente; neste contexto social há violências,há os condenados a viver em péssima qualidade de vida,com ar poluído,com águas empestados, morando sobre solos envenenados. Há aqui uma nova agressão.

A ética não pode ser apenas ambiental,mas sócio-ambiental,pois como vimos,o ambiente vem marcado pelo social e o social pelo ambiental.

Discernimos pois dois tipos de injustiças: a injustiça sócio-econômico-política,consequëncia da violência contra os trabalhadores,contra os cidadãos e contra as classes subalternas. Esta injustiça atinge diretamente as pessoas e as instituições sociais. Existe também a injustiça ambiental que é a violência contra o meio-ambiente,contra o ar,contra a camada de ozônio,contra as águas. Estas injustiças afetam indiretamente,mas de forma perversa, a vida humana,produzindo doenças,desnutrição e morte. Não somente para a bio-esfera mas também de forma mais global sobre todo o planeta.

Impõe-se,portanto,uma justiça social que se compagine com a justiça ambiental.

Esta nova ética sócio-ambiental deve manter-se eqüidistante de duas crispações que sempre quebram o equilíbrio ecológico: o naturismo e o antropocentrismo. Pelo naturismo se concebe a natureza como um sujeito hipostaziado, em si,com suas leis imutáveis,intocáveis e sagradas; os seres humanos devem se submeter a elas. O antropocentrismo diz o inverso,o ser humano é senhor e rei da criação,pode interferir a seu bel prazer e não deve sentir-se ligado e limitado por nada da natureza.

Estas visões são equivocadas,porque separam o que deve vir junto. Natureza e ser humano são sempre interdependentes,um está dentro do outro,são partes de um todo maior. Existe o ecossistema planetário; dentro dele,como um dos seres singulares, está o ser humano,homem/mulher,está a sociedade como conjunto de relações entre estes seres com suas instituições e estruturas de significação.

Como parte e parcela do meio-ambiente o ser humano possui a sua singularidade. É da espécie dos seres vivos que se apresenta como um sujeito moral. Quer dizer, um ser vivo complexíssimo,capaz de agir livremente,de sopesar argumentos em favor e em contra,de tomar posição movido não apenas por interesses mas também por solidariedade,por compaixão e amor. Pode eventualmente pensar e agir a partir dos interesses do outro,. Pode ainda por solidariedade e amizade sacrificar vantagens pessoais. Ele pode interferir nos ritmos da natureza. Tudo isso o torna um ser responsável. É a responsabilidade que o faz um ser ético. Pode se sentir o anjo bom da natureza,seu guardião,herdeiro responsável pela herança que recebeu do Criador. Como pode se comportar como satã da terra,destruir,quebrar equilíbrios e devastar espécies de seres vivos e até seus semelhantes.

No processo histórico-cultural o ser humano sempre interferiu no meio-ambiente. Aplicou violências bem como aplicou seu gênio para melhorar em seu benefício certas espécies (o tomate,a batatinha,o milho, etc). Os incômodos ecológicos eram de pouca monta, à exceção talvez, dos maias que devastaram a natureza a ponto de se autodestruirem como cultura. Mas nos últimos quatro séculos com a montagem da máquina industrialista,a agressão se fez maciça e sistemática,transformando tudo em recurso para a acumulação e benefício primeiro dos setores de detinham privadamente esses meios e sem seguida dos demais.

O resultado atual é desolador. O ser humano elaborou uma relação injusta e humilhante para com a natureza. A terra não agüenta mais a máquina de morte ou a voracidade capitalista. Impõe-se uma justiça ecológica.

A justiça ecológica significa: o ser humano tem uma dívida de justiça para com a terra. A terra possui sua dignidade,sua alteridade,seus direitos; ela existiu há milhões de anos antes que surgisse o ser humano. Ela tem direito a continuar a existir em sua complexidade,com o seu patrimônio genético,com seu bem comum, com o seu equilíbrio e com as possibilidades de continuar a evoluir.

Um de seus filhos, o ser humano,se voltou contra ela. A justiça ecológica se propõe uma nova atitude para com a terra,de benevolência e de mútua pertença e ao mesmo tempo uma atitude de reparação das injustiças praticadas. Se o projeto técnico-científico desestruturou,ele pode hoje redimir.

Essa injustiça ecológica (contra o meio-ambiente) se transformou também numa injustiça social porque pela exaustão dos recursos,pela contaminação atmosférica, enfim pela má qualidade de vida foi atingido o ser humano e a inteira sociedade.

Esta nova ética sócio-ambiental só se implementa se surgir mais e mais uma nova consciência planetária,a consciência da responsabildidade comum para com o destino comum de todos os seres. Desta consciência vai se formando lentamente uma nova cultura ecológica,o predomínio de um novo paradigma mais reverente e integrador para com o meio-ambiente.

Um notável filósofo da ética da responsabilidade,Hans Jonas, formulou assim,na linha de Kant,um novo imperativo ético para nossos dias: Comporta-te de tal meneira que os efeitos de tuas ações sejam compatíveis com a permanência da natureza e da vida humana sobre a terra.

Teologicamente podemos falar de pecado ecológico. Quer dizer,daquelas atitudes que comprometem o equilíbrio ecológico e a evolução e que provocam consequëncias perversas para os seres vivos e para os humanos.

Esse pecado ecológico não se restringe apenas ao presente. Ele alcance o futuro,pois podem ser feitas intervenções na natureza cujas consequëncias se prolongam para além da geração atual,atingindo aqueles que ainda não nasceram. O preceito bíblico: "Não matarás"( Ex 20,l3) abarca também o biocídio e o ecocídio futuros. Não nos é permitido criar condições ambientais e sociais que produzam futuramente doenças e mortes aos seres vivos, humanos e não humanos. O pecado ecológico é um pecado social e histórico.

Em razão destes efeitos se entende a solidariedade generacional; cumpre sentirmo-nos solidários para com aqueles que ainda não vieram a este mundo. Eles têm direito de viver,de não ficar doentes,de desfrutar da natureza,de consumir águas limpas,respirar ar oxigenado,de contemplar as estrelas,a lua e o sol,enfim a natureza conservada e integrada humanamente.

Consequëncia desta nova consciência ética é a assim chamada recorversão da dívida externa dos paises devedores em função de políticas protetoras do meio-ambiente natural e social. Segunda esta proposta parte da dívida externa seria cancelada,desde que os estados e as empresas se dispusessen a proteger o meio-ambiente e a manter relações sociais mais simétricas e justas. Mas não basta a reconversão da dívida feita aos estados e às grandes empresas. Para ser socialmente justa deveria incorporar como interlocutores também os grandes movimentos sociais e seus representantes. Eles seriam sujeitos de uma transformação econômica,política e social que atenderia suas demandas históricas e que articulasse a justiça social com a justiça ecológica de forma permanente.

Por outra parte, é farisaico e injusto que os paises ricos do Norte exijam atenção ao meio-ambiente aos paises pobres do Sul,se não lhes dão condições técnicas que facilitem a preservação ecológica. Antes pelo contrário: o que assistimos é a transferência de tecnologias sujas para os paises pobres a fim de que produzam para o mercado interno e internacional os produtos ainda consumíveis mas produzidos com uma taxa considerável de prejuizos ecológicos.

A ecologia convencional surgiu desvinculada do contexto social. Igualmente as teologias vigentes,também a teologia da libertação foram elaboradas sem inserir o contexto ambiental. Agora importa completar as perspectivas numa visão mais completa e coerente: a lógica que leva a dominar classes,oprimir povos e discriminar pessoas é a mesma que leva a explorar a natureza. É a lógica que quer o progresso e o desenvolvimento ininterrupto e crescente,como forma de criar condições para a felicidade humana. Mas esta forma de querermos ser felizes está consumindo as bases que sustentam a felicidade que é a própria natureza e o ser humano.

Para chegarmos à raiz de nossos males e também ao seu remédio,necessitamos de uma nova cosmologia teológica, i.é. de uma reflexão que veja o planeta como um grande sacramento de Deus,como o templo do Espírito, o lugar da criatividade responsável do ser humano,a morada de todos os seres criados no Amor. Ecologia etimologicamente tem a ver com morada. Cuidar dela,repará-la e adaptá-la às eventuais novas ameaças,alargá-la para abrigar novos seres culturais e naturais, eis a sua tarefa e também a sua missão.


--------------------------------------------------------------------------------

ADENDOS
Exemplos de mútua relação negativa entre o social e o ambiental:
l.Morte de aves em Minas Gerais
Em l985 constatou-se uma mortandade fenomenal de aves em Minas Gerais,cerca de 50.000 entre pombos e gaviões. Verificou-se que estas aves haviam visitado uma plantação de arroz,recentemente,regada com o inseticida Furadan,fabricado pela Guaicuhy Agropecuária. Fenômeno análogo ocorreu na cidade do México. Em 1986 morreram de repente na cidade milhares de pombas e aves migratórias. Os especialistas constataram que morreram durante uma forte inversão térmica da cidade durante a qual o cádmio e o chumbo de uma refinaria de petróleo a noroeste da cidade não pode se dissipar no ar,ocasionando a morte das aves. Milhares de crianças foram também contaminadas,muitas das quais morreram.

2. O fenômeno da inversão térmica
Tanto S.Paulo quanto a cidade do México apresentam,geralmente,no inverso o fenômeno da inversão térmica.Especialmente grave é o problema na cidade do México. A cidade fica a mais de 2.500 metros de altura,numa imensa planície (outrora um lago) cercada de morros. A inversão térmica ocorre porque camadas de ar contaminado mais denso não podem subir verticalmente até dissipar-se na estratofera. Elas permanecem próximas à superfície da cidade. Formam uma camada densa de névoa,tipo fog ou smog. Com isso a circulação de ar fica impedida e se produz a asfixia de muitíssima gente. Calcula-se que,caminhar pelas ruas da cidade do México por um dia,equivale fumar 40 cigarros diários. Sabe-se que durante a grande inversão térmica de l952 em Londres,morreram 4000 pessoas.Calcula-se que por ano morrem no México cerca de 30 mil crianças e ao redor de l00 mil adultos.

Junto com a inversão térmica se produz no verão as chuvas ácidas. O ar contaminado de ácidos, especialmente de enxofre , nitrogênio e dióxido de carbono contamina por sua vez a água das nuvens. Ao chover afeta as fontes,os lagos,as plantações e animais.

Outras vezes se produz a precipitação ácida provocada pela transformação química da atmosfera,sobrecarregada de ácidos industriais. Caindo em forma de chuva,de neve ou de resíduos secos,contaminam os metais que estão in natura na terra,como o zinco,o chumbo,o mercúrio e alumínio. Estes metais são altamente tóxicos para a vida humana. São absorvidos pela água,pelas hortaliças e legumes e mesmo pelo ar. Não somente a saúde humana é afetada,mas também as matas,os lagos,os animais aquáticos,as plantações,os materiais das cidades. Com um nível crescente,pode-se até interromper a cadeia alimentícia,dos lagos. A flora aquática absorve os tóxicos, que é comida pelos peixes pequenos que então se contaminam,estes servem de comida para os peixes grandes e estes para os seres humanos. Todos ficam contaminados por esta cadeia de envenenamento.

3.Hamburguerização das florestas da A.Central
A partir da criação da rede McDonald em 1955,se produziu um enorme problema ecológico em toda a A.Central.Para baratear a carne dos hamburguers americanos,se começou a importar carne barata da A.Central. As companhias exportadoras de carne,começaram a desmatar, para criar gado em pastoreio extensivo. Entre l960-1980 cresceu a exportação de carne na ordem de 160%. Ao mesmo tempo diminuiu enormemente a mancha verde da A.Central. De 400 mil km2 de florestas úmidas havia 20 anos após apenas 200 mil. Como disse o ecólogo Ingemar Hedström,produziu-se uma "hamburguerização" da A.Central (Somos parte de un gran equilibrio,op.cit. 46-47).

fonte: http://www.leonardoboff.com/site/vista/outros/ecologia-social.htm

quarta-feira, 9 de junho de 2010

II ASSEMBLEIA POPULAR NACIONAL


De 25 a 28 de maio realizou-se em Luziânia-Go a II Assembléia Popular Nacional com o tema: Na construção do Brasil que queremos. Estavam presentes aproximadamente 500 pessoas provenientes de quase todos os estados do Brasil, militantes de diversos movimentos sócias, comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas), pescadores/a, marisqueiras, pastorais sociais, igrejas e associações...
Após a mística inicial Ir. Delci Franzem assessora nacional da CRB abriu a mesa com a análise de conjuntura, falando dos desafios para construir o projeto popular e, começou apontando as novidades desde a ultima Assembléia em 2005: a crise econômica mundial, ambiental, ético-cultural, energética, etc. lembrando que dentre elas a mais grave é sem dúvidas a ambiental e que as crises precisam ser enfrentadas simultaneamente e não isoladamente, pois uma é conseqüência da outra, gerando uma crise civilizacional baseada numa visão linear de desenvolvimento econômico onde o consumo é o motor propulsor. A terra não suporta este tipo de desenvolvimento, nós ultrapassamos a medida, prova disso é a irregularidades e intensidade das chuvas. O capitalismo insiste que o futuro econômico é promissor e nessa lógica pensa que os recursos naturais são infinitos. A maioria dos mega projetos estão dentro desta concepção. Todos os projetos de agrocombustível são exemplos do projeto expansionista e todos esses ignoram a complexidade da crise.
Estamos presos ao modelo de sociedade industrial:
Estado financiador - fortalece empresas privadas e investe em setores estratégicos. Ex. BNDES que usa dinheiro público para socorrer grandes empresas como a Vale e tantas outras
Estado investidor – Que por iniciativa própria implanta grandes projetos para aquecer a economia sem considerar os impactos sobre o meio ambiente e sobre as populações atingidas, muitas vezes expulsas de seus territórios. Gerando uma nova categoria: Os impactados.
Estado social – Que cria programas assistencialistas para manter os mais pobres quietos e não atrapalhar seus projetos.
A crise civilizacional não pode ser criticamente compreendida nem politicamente enfrentada sem uma metodologia adequada, ou seja, olhar sua totalidade, não dissociar a parte do todo, ter uma visão holística, pois toda ação tem um efeito sobre a causa que a provoca.
Da crise brota outra civilização, brota o novo é uma esperança já realizada aos poucos. Nas comunidades que não se acomodam com o capitalismo há movimentos que apontam para o novo: as iniciativas camponesas que valoriza a diversidade; a agroecologia; a espiritualidade: a economia solidária; os catadores/as; a luta das mulheres...
A assembléia popular é um espaço capaz de abarcar esse novo, capaz de gerar as mudanças necessárias e dar sustento a esse novo padigma, um modelo de desenvolvimento e um projeto popular para esse país.
Joaquim – MST- Análise a partir do diálogo com vários países de nosso continente enquanto movimentos sociais.
Estamos vivendo um novo ciclo de lutas sociais no continente. Estamos num processo de transição importante, não acreditamos que estejamos num momento favorável ou pré-revolucionário nem que a situação seja tão crítica que já não haja o que fazer.
Esse novo ciclo traz elementos importantes, uma nova conjuntura, nos deparamos com três projetos:
1-O projeto imperialista - hegemonia dos EUA, em qualquer canto que ousem enfrentá-los eles passam por cima com seu projeto de dominação. Aqui no Brasil sua atuação é através do projeto neoliberal, ao impedirmos a implantação da ALCA em nosso território conseguimos frear esta hegemonia sobre nós.
2- Projeto de Integração Capitalista- um projeto hegemonizado pela República Federativa do Brasil, o Brasil ganhou grande importância na atual conjuntura, intermédia até conflitos internacionais, é a 2ª maior economia do continente e a 8ª do mundo, faz parte do grupo BRIC ( Brasil, Rússia, Índia e China) que juntos detém 16% do PIB mundial.
Os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) são usados pelo BNDES para financiar empresas capitalistas brasileiras.
O Terceiro projeto tem como princípio a solidariedade entre os povos, apresentar uma proposta contra tudo isso que está aí. Nosso desafio é: Como levar adiante esse debate? É importante continuar essa integração continental? Como nós vamos potencializar os meios de comunicação a favor de nosso projeto?
O projeto popular não pode ser baseado numa agenda reivindicatória e muito menos corporativista. A proposta é construir uma grande assembléia continental em março de 2011 esse foi um desfio assumido em Foz do Iguaçu.
O Joaquim insiste que o nosso inimigo não é o desenvolvimento e sim o capitalismo que explora e nega o direito do trabalhador “ ... não sou contras o progresso e o desenvolvimento, o Brasil tem que avançar, sou a favor do progresso e do desenvolvimento desde que o lucro seja repartido com todos os trabalhadores.” Penso que devemos atentar para este tipo de discurso desenvolvimentista, pois é próprio do capitalismo, que influencia mesmo aqueles/as que lutam pelo projeto popular, pois a terra precisa mais de cuidado que de “desenvolvimento.”
Ricardo Gebrim – Ass. Popular de São Paulo
O projeto popular não começou conosco, somos herdeiros de lutas que foram construindo o que chamamos de Assembléia Popular. O primeiro ponto é revisar o Brasil que queremos, é resgatar o caderno construído em 2005 e ter claro quem é nosso inimigo.
“Quem não sabe contra quem luta jamais poderá vencer.” (Prov. Chinês)
Nosso inimigo é a burguesia, precisamos destruir este estado burguês o estado é uma forma de organização de uma classe dominante. Um objetivo concreto é conquistar o estado, nosso desafio é oferecer uma ferramenta que promova a unidade entre os trabalhadores/as, os movimentos, as bandeiras de luta para ajudar a construir o projeto popular para o Brasil que queremos.
Sandra Quintella – AP Rio de Janeiro
Está acontecendo uma transnacionalização das terras brasileiras, nossas terras estão sendo compradas por grandes grupos transnacionais;
Não existirá projeto popular se não enfrentarmos o processo da dívida externa, pois ela é um instrumento de dominação. Enfrentar também a dívida social que tira do orçamento recursos para o BNDES que por sua vez investe em empresas como a Vale e a Petrobrás que cada vez mais se transnacionalizam e levam para o exterior aquilo que é nosso. Bem como as obras do PAC “Projeto para Acabar com as Comunidades.”
Ivo Polleto – Goiás
Já não existe 2005, estamos em 2010 e o mundo já mudou muito.
Precisamos incorporar em todo projeto de Brasil o espaço que a terra nos oferece como espaço de vida, e que a terra antes de nós tem direitos, ela não é uma coisa qualquer, ela não agüentas mais o modo humano de se relacionar com ela.
Precisamos defender os direitos da mãe terra, é preciso acabar com o capitalismo antes que ele acabe com o planeta. Os índios da Bolívia chamam em um congresso os povos da terra para repensar a vida na terra, para lembrar que é possível uma economia diferente e que governante é a pessoa que obedece ao seu povo e não aquela que manda.

Foi com grande satisfação que participei da II Assembléia Popular Nacional, sobretudo por ver o povo ocupando seu próprio espaço sem intermediários, exercendo a sua cidadania e se empoderando para suas lutas.
“Lutar,lutar poder popular
Dandara, Marighela o povo a luta!
Canudos, alfaiate projeto popular!
Lutar, lutar assembléia popular!”

Ir. Suelí de Santana
CPT Ruy Barbosa

segunda-feira, 7 de junho de 2010

ENCONTRO DE COMUNICAÇÃO EM FEIRA DE SANTANA

No dia 7 de junho de 2010, a Irmã Marisa Ribeiro do Amaral veio compartilhar com as noviças o curso de comunicação que aconteceu em Curitiba. Foi muito interessante, apesar dos "cortes" de internet causados pelo nosso provedor. Todas estavamos interessadas em aprender a postar os textos e fotos no blog da coordenadoria. A reflexão sobre a comunicação alternativa, independente, popular e comunitária foi o mais significativo deste dia.
Iria Minosso

sexta-feira, 4 de junho de 2010

POLÍCIA FEDERAL PRENDE MÃE E BEBÊ TUPINAMBÁ


A Polícia Federal prendeu na tarde de hoje, feriado de Corpus Christi, a índia Glicéria Tupinambá e seu filho de apenas (02) dois meses. Glicéria é liderança de seu povo e membro da Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI. Vinculada ao Ministério da Justiça, a CNPI tem entre seus integrantes representantes de 12 ministérios, 20 lideranças indígenas e dois representantes de entidades indigenistas. Na tarde de ontem, 2 de junho, Glicéria participou da reunião da CNPI com o Presidente Lula, oportunidade em que denunciou as perseguições de que as lideranças Tupinambá têm sido vítimas por parte da Polícia Federal no Sul da Bahia.

No dia seguinte, quando tentava retornar para sua aldeia, Glicéria – tendo ao colo o seu bebê de dois meses – foi detida ao descer do avião, ainda na pista de pouso do aeroporto de Ilhéus (BA), e diante dos demais passageiros, por três agentes da Polícia Federal, numa intenção clara de constrangê-la. O episódio foi testemunhado por Luis Titiah, liderança Pataxó Hã-hã-hãe, também membro da CNPI, que a acompanhava.

Após ser interrogada durante toda a tarde na sede Polícia Federal em Ilhéus, sempre com o bebê ao colo, Glicéria recebeu voz de prisão da delega Denise ao deixar as dependências do órgão. Segundo informações ainda não confirmadas, a prisão foi decretada pelo juiz Antonio Hygino, da Comarca de Buerarema (BA), sob a alegação de Glicéria ter participado no seqüestro de um veículo da META (empresa que presta serviço de energia na região). Esse juiz em entrevista concedida ao repórter Fábio Roberto para um jornal da região, se referiu aos Tupinambá como “pessoas que se dizem índios”. Mãe e filho serão transferidos para um presídio na cidade de Jequié, distante cerca de 200km de sua aldeia.

Desde que a FUNAI iniciou o processo de demarcação da Terra indígena Tupinambá as fazendas invasoras da terra indígena passaram a contratar pistoleiros, fazendeiros dos municípios de Ilhéus e Buerarema iniciaram campanhas difamatórias nas rádios e jornais locais, incitando a população regional contra os índios, o que resultou numa série de conflitos envolvendo pistoleiros, fazendeiros e indígenas. Como conseqüência da disputa pela posse da terra os Tupinambá respondem a uma série de inquéritos e processos criminais patrocinados pela Polícia Federal, numa estratégia clara de criminalização de sua luta legítima em defesa de seu território tradicional. Em decorrência dessa ofensiva de criminalização já estão presos os indígenas Rosivaldo (conhecido como cacique Babau) e Givaldo, irmãos de Glicéria que passa a ser terceira presa política Tupinambá.

A animosidade nutrida pela Polícia Federal em relação aos Tupinambá já se tornou crônica. No dia 23 de outubro de 2008, numa ação extremamente agressiva, a PF atacou a comunidade indígena da Serra do Padeiro, deixando 14 Tupinambá feridos à bala de borracha, destruiu casas e veículos da comunidade, a escola indígena e seus equipamentos, e ainda deteriorou a merenda escolar. Dois Tupinambá foram presos na ocasião. Em junho de 2009, após outra ação de agentes da PF juntamente com fazendeiros - numa ação de reintegração de posse -, sinais de tortura em cinco Tupinambá ficaram comprovados por exames de corpo de delito realizados no Instituto Médico Legal do Distrito Federal. O inquérito, levado a cabo pelo mesmo delegado que coordenou a ação dos agentes, concluiu entretanto pela inocorrência de tortura. Nenhum dos agentes foi afastado durante ou após as investigações. No dia 10 de março de 2010, numa ação irregular, a Polícia Federal invadiu a residência do cacique Babau em horário noturno (duas horas da madrugada), destruindo móveis e utilizando extrema força física para imobilizar o Cacique, que acreditava estar diante de pistoleiros, pois os agentes estavam camuflados, com os rostos pintados de preto, não se identificaram e não apresentaram mandado de prisão, além de proferir ameaças e xingamentos.

O Conselho Indigenista Missionário, preocupado com a integridade física e psicológica de Glicéria e seu filho, vem a público manifestar mais uma vez o seu repúdio ao tratamento dispensado por órgãos policiais e judiciais ao Povo Tupinambá. Reafirma seu compromisso em continuar apoiando a luta justa do povo pela demarcação de seu território tradicional e conclama a sociedade nacional e internacional a se manifestar em defesa da causa Tupinambá e pela imediata libertação de seus líderes.


Brasília, 3 de junho de 2010.
Fonte:Conselho Indigenista Missionário – Cimi

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Corpus Christi, celebrado em Itabuna

A celebração de Corpus Christi, nesta quinta-feira em Itabuna, na parte da manhã cada paróquia celebrou a eucaristia, seguindo com um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. E várias pessoas se deslocaram para o centro da cidade, onde foi montado o tradicional, em frente à Catedral Diocesana. Desde as 5h membros das paróquias trabalharam na confecção do tapete em ruas para a passagem da procissão de Corpus Christi, realizada após a missa, que foi celebrada às 15h30, presidida pelo Bispo Diocesano Dom Ceslau, com a Investidura dos ministros Extraordinário da Comunhão.
Centenas de pessoas se mobilizaram para decorar o trajeto com cerca de um quilômetro com saída da Catedral. São figuras relacionadas à Eucaristia, feitas com serragem, plástico, papel e outros materiais recicláveis. Qualquer material serve de inspiração. Provavelmente cerca de mil pessoas acompanhou a procissão religiosa, tradicionalmente realizada pelo vicariato centro. Marcada com a presença dos sacerdotes, religiosos/as, vários grupos de Jovens das paróquias, juntamente com as pastorais, movimento e escolas.
Foi uma manifestação de fé na presença do Cristo Eucarístico, muitos pedidos de paz, que a violência tenha fim em nossa cidade, pois segundo pesquisas recente mostra como a cidade mais violenta do país. Muitas pessoas vibravam cantando e manifestando sua fé, pois através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
Marisa Ribeiro