sexta-feira, 15 de outubro de 2010

IV Semana Missionària






A nossa Paróquia São José Operário, nos dias 08 a 12 de outubro, estive relaizando a Iv semna Missionária. Este ano se trabalhou mas com às comunidades do Sagrado Coração de Jesus, N.S Aparecida e São Pedro Apóstolo. Com o tema " Vinde e vede porque somos cristãos". Essa missão tinha como objetivo: Tomar consciência do nosso papel como cristãos e cristãs em nossos diase em nossa realidade. Ao mesmo tempo testemunhar que vale a pena ser cristão, cristã católico\a, ser seguidor\a de Jesus Cristo, numa autêntica vivência comunitaria.
Tive momentos fortes com as crianças, visitação aos doentes, missa com eles gostemuito essa missa com os doentes porque tinha pessoas que hacia mese que não participava de uma celebração.


Missão é partir, caminahr, deixar tudo,


Sair de si, quebra a crosta do egoísmo


que nos fecha no nosso eu.

É parar de adr voltas ao redor de nós mesmos \a


Como se fôssemops o centro do mundo e da vida


É não se deixar bloquear nos problemas


Do pequeno mundo a que pertencemos


A humanidade é maior !


Missão é sempre partir,


mas não devorar quilômetros.


É sobretudo abrir-se aos outros irmãso \ãs,


Descobri-los \as e econtrá-los\as.

E, se para encontrá-lo e amá-los é preciso


Atravessar os mares e voar lá nos céus, então


Missão é partir até os confins do mundo!



Com carinho María Luz

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CARTA ABERTA

Ao completar um mês na missão em Palmares - PE, sinto o quanto é gratificante para mim, o quanto tenho aprendido com este povo resiliente, que sabe tirar lições dos mínimos detalhes da vida, nós muitas vez em nosso ativismo nem percebemos.
A cidade de Palmares fica situada na região da mata pernambucana, assim chamada pela população, é uma cidade pólo, aonde a população dos municípios menores vem fazer suas compras, busca os serviços de saúde, educação,...
Ao aproximar os quatro meses da tragédia das enchentes ocorrida nestas regiões de Pernambuco e Alagoas. O município de Palmares segue em processo de reconstrução lentamente, o povo sente o descaso do poder público principalmente do município, onde não informam as pessoas como estão sendo destinados os recursos que vem do governo federal. Para se ter uma idéia, o governo federal liberou verbas para ser construída uma cozinha comunitária nos municípios atingidos, no município vizinho Água Preta, segundo informações já está pronta. No entanto, aqui em Palmares nem se vê falar, apenas foi comunicado ao conselho municipal da assistência social, o qual tenho participado das reuniões.
Como a presença da Ir. Lindalva aqui, no mês de agosto, foi retomado a Articulação das Organizações Populares (AME) que já existia na região, mas com a saída da FASE (Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional), foi desarticulada. O município de Palmares e região, é muito rico em organizações populares, podemos citar: Pró cidadania (ONG que atualmente está a serviço do Governo); Associação das artesãs; Associação de Desenvolvimento Agro Industrial; Centro de Mulheres dos Palmares; Comissão Pastoral da Terra; Associação dos Catadores dos Palmares; Pastoral da Criança; Fórum de Economia Popular Solidária; Centro de Mulheres Negras; CEAS/Rural e tantos outros que não me vêm à mente. Com estas entidades juntas percebe-se um grande potencial para a reconstrução de Palmares, as quais têm um papel fundamental neste processo, buscando fiscalizar os recursos, reivindicar ações concretas, ser apoio para as pessoas que estão abrigadas, que a maioria não uma consciência política de organização e de luta por direitos.
Esta Articulação das Organizações Populares (AME) foi um dos meios que me motivou vir para cá, pois sempre acreditei na força do povo organizado, sempre lembro de um canto que as irmãs cantavam na minha comunidade quando ainda eu era criança, na década de 80, que dizia “uma vara sozinha você pode quebrar, mas um feche você pode até suar”. É acreditando na união, na organização, na solidariedade que estou aqui caminhando com este povo de Deus. Ir. Lindalva em pouco tempo conseguiu dar grandes passos, tanto na articulação das entidades, quanto com as pessoas abrigadas a forem uma comissão entre eles para esta atenta a todo o processo de reconstrução que envolve as suas vidas.
Tenho visitado as famílias abrigadas no Centro Social Urbano (CSU), que estão morando nas barracas doadas pelo Rotary Internacional, são mais de 500 pessoas. Existem situações diversas, algumas barracas estão bem organizadas, limpas e enfeitadas, outras que só têm os colchões dentro. Pessoas que estão se aproveitando da situação que tem casa, alugaram e estão na barraca para ganhar outra casa, casos assim estão sendo descoberto e o pessoal da organização está desmontando a barraca, ou mesmo a mulher e os filhos estão na barraca e o marido fica na casa. Assim, prejudica quem de fato necessita, pois não podem deixar a barraca sozinha, tem que ter sempre gente, pois a cada momento a equipe de organização está fazendo a averiguação, passando de barraca em barraca fazendo a chamada dos moradores.
Muitas famílias voltaram para suas casas, mesmo em área de risco condenada pela defesa civil. Visitamos as famílias das áreas mais atingidas pelas enchentes. Ainda continua uma situação muito triste, avassaladora, quando chove é lama, quando faz sol é poeira, o que é ainda pior, pois há muitos problemas respiratórios, lixos, buracos... Há muitas pessoas reconstruindo seus barracos ou prédios, outros morando na parte que sobrou da casa improvisada. O lamento geral é sobre o descaso por parte dos Poderes Públicos. Ainda não estão piores, porque tem uma liderança no bairro que tem reivindicado assistências aos moradores e vai fazer as reivindicações, direto ao Major responsável pela distribuição das doações. Quando ela sabe que chegou alguma doação ela exige que seja repassado para as pessoas. Percebe-se que ela é uma liderança muito forte no bairro, conhece todas as pessoas, sabe das necessidades de cada um e da vida de todos.
Andamos pelo bairro olhando os estragos das enchentes, casa total e parcialmente destruídas, escolas, hospital regional que ninguém mexeu. Muitas casas fechadas que se percebe estarem deste modo desde que fora atingidas pelas enchentes. Em algumas partes percebe-se que as pessoas aos poucos vão reconstruindo suas vidas, algumas casas vão sendo organizadas, reformadas, pintadas. Há uma grande ansiedade que as coisas se normalizem, mas diante de todas as situações percebe a fé, a coragem, o ânimo de irem reconstruindo, pois o principal eles não perderam, a vida.
Conversamos com algumas pessoas como está sendo as orientações do poder público, quanto à permanência deles na área de risco. Falaram que ninguém foi procurá-los para falar sobre isso, que fizeram o cadastro para receber a casa, mas só vão sair com a chave da casa na mão.
Percebe-se o pessoal da assistência social quer se livrar dos abrigados, é um problema para eles, desde desenvolver um trabalho sócio-educativo, o pior é que ficam pressionando as famílias para deixarem as barracas, assim que os mesmo receberem o auxilio moradia (R$150,00). Começaram a dizer que eles tenham que deixar as barracas até dia 30, agora passaram para o dia 15, e dizem que quem não alugar casa será cortado o auxilio moradia. Na hora de receberem a alimentação são tratados com grosseiras por parte de alguns funcionários. Além de receberem o feijão com bicho e sopa como água com alguns pedacinhos de legumes. São muito humilhados, ou mesmo sofrem uma tortura psicológica.
Assim, nossa missão é acompanhar este processo, sendo apoio e presença solidária junto a este povo, descobrindo caminhos para amenizar o sofrimento e que o processo de reconstrução seja agilizado por parte das autoridades competentes. Que as organizações populares não desanimem neste processo e não caía no individualismo que o mundo pós-moderno nos apresenta como caminho mais fácil.
Agradeço a sintonia, apoio, orações de minhas irmãs, amigos/as, colegas e companheiros/as. Que possamos levar em frente à proposta de Jesus “eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância”.

Marisa Ribeiro do Amaral
Irmã Catequista Franciscana
Assistente Social