quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A experiência de convivência e missão com os povos indígenas em Grajaú-MA






Com o olhar fixo nas pegadas do Mestre, saí de Feira de Santana dia 20 de Agosto de 2010 para fazer uma experiência de vivência e atuação na missão indígena em Grajaú-MA, onde fui muito bem acolhida pela irmandade Nossa Senhora de Guadalupe, pelos indígenas, pelas comunidades visinhas e por toda beleza do cerrado em sua diversidade de vida.
O novo fez-me sentir feliz e ao mesmo tempo, desapontada e vazia. Tive que perder-me para depois me encontrar; que sair de mim mesma para poder vivenciar o novo, o maior do que eu.
O próprio Deus tornou-se desconhecido, estranho e só consegui descobri-LO à medida que ia conhecendo os povos em suas realidades e culturas.
O olhar, o ouvir, o aprender e a abertura para acolher o diferente, aos pouco foram me dando segurança e tirando de dentro de mim habilidades, experiências e motivações para somar com o que encontrei.
Aprendi muito com a vida, a cultura e jeito de ser dos povos indígenas e também com suas lutas e confrontos diante da sociedade que muitas vezes não consegue integrá-los dignamente, respeitando suas diferenças.
O novo Deus, chamado Cacique Maior, foi quem mais me acolheu e enxugou as lágrimas do meu rosto nos momentos em que me sentia inútil. Para melhor me ajudar, deixou visíveis suas pegadas em todas as aldeias para que eu as seguisse.
Percebi que nenhuma aldeia tem autoridade sobre a outra, mas ELE é dono de todas e também de todo Universo. Fui ELE quem ensinou os povos indígenas a plantarem, a cuidarem da terra, das águas e dos bichos. Desvendou segredos que só estes povos sabem.
Mas acontece que muitos indígenas, assim como nós, não conseguem mais serem fiéis aos ensinamentos do Cacique Maior e acabam fazendo ciosas que prejudicam sua cultura e identidade.
Esta riquíssima experiência de convivência com estes povos deixou-me motivada a continuar esta missão; a somar forças com as Irmãs que estão assumindo esta causa no dia a dia da missão apostólica.
Minha gratidão a Coordenadoria Todos os Santos pela sintonia e orações durante todo o tempo de convivência com os povos indígenas em Grajaú, a todas/os que me apoiaram e a Província Gléglia Ânesi que me acolheu com muita alegria.

Maria Lucélia A. Silva

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