Mensagem do
Papa Bento XVI aos jovens para o 50º
Dia Mundial de orações pelas vocações.
Amados irmãos e irmãs, em que
consiste a fidelidade a Deus à qual podemos confiar-nos com firme esperança?
Consiste no seu amor. Ele, que é Pai, derrama o seu amor no mais íntimo de nós
mesmos, através do Espírito Santo (Rm 5,5).
E é precisamente este amor, manifestado plenamente em Jesus Cristo, que
interpela a nossa existência, pedindo a cada qual uma resposta a propósito do
que quer fazer de sua vida e quanto está disposto a apostar para a realizar
plenamente. Por vezes o amor de Deus
segue percursos surpreendentes, mas sempre alcança a quanto se deixam
encontrar. E este amor exigente e profundo, que vai além da superficialidade,
infunde-nos coragem, dá-nos esperança no caminho da vida e no futuro, faz-nos
ter confiança em nós mesmos, na história e nos outros. Apraz-me repetir, de
modo particular a vós jovens, estas palavras: “Que seria da vossa vida sem este
amor? Deus nos cuida desde a criação até o fim dos tempos, quando completar o
seu desígnio de salvação”.
Também hoje, como aconteceu durante
a sua vida terrena, Jesus, o Ressuscitado, passa pelas estradas de nossa vida e
vê-nos imersos nas atividades, com os nossos desejos e necessidades.
É
precisamente no nosso dia a dia que ele continua a dirigir-nos a sua palavra;
chama-nos a realizar a nossa vida com ele, o único capaz de saciar a nossa sede
de esperança. E este apelo pode chegar a qualquer momento: “vem e segue-me!”(MT
10,21). Para acolher este convite, é preciso deixar de escolher por si mesmo o
próprio caminho. Segui-lo significa entranhar a própria vontade na vontade de
Jesus, dar-lhe verdadeiramente a precedência, antepô-lo a tudo o que faz parte
da nossa vida: família, trabalho, interesses pessoais, nós mesmos.